TCC?

TCC?
Nãããão, dessa vez não estou me referindo a nenhum trabalho de conclusão de curso. Estou me referindo à Terapia Cognitivo Comportamental, abordagem que eu escolhi para trabalhar e me aprofundar, dentre tantas outras que eu conheci.
Freqüentemente, pessoas me questionam sobre qual a diferença entre a TCC e outras abordagens “já que tudo é psicologia”. E, quando percebo, estou eu explicando o ponto de vista que guia essa abordagem. Então, resolvi criar esse blog, não para mostrar diferenças, mas para destacar as qualidades da TCC, e das técnicas que utilizo. Quem sabe pode ser legal para você?
A TCC é considerada uma terapia com bases empíricas e objetivas, em que metas e ações são traçadas para a modificação de comportamentos desadaptativos. Esses comportamentos são aqueles que atrapalham o nosso dia a dia, e que podem nos dar a sensação de que somos diferentes das outras pessoas. A TCC considera que o pensamento e a cognição humana influenciam a nossa forma de ver o mundo, de sentir e de reagir nos contextos sociais. Muitas vezes esses pensamentos disfuncionais, ou crenças, não estão claros à nossa consciência, mas não quer dizer que eles não influenciam nossa forma de se relacionar com o mundo.
Outro fator importante é a influência dos pensamentos e cognição no nosso corpo. Na verdade, aqui se estabelece uma via de mão dupla, onde nossas reações fisiológicas influenciam nossa forma de perceber e significar o mundo, do mesmo modo que o que pensamos influencia nossas reações fisiológicas.
Compliquei? Então vai um exemplo simples: quem nunca sentiu um frio na barriga, ou o coração acelerado e pensou que está tento um pressentimento? Uma reação fisiológica, do seu corpo, fez com que você criasse uma linha de pensamentos buscando associação entre essa reação (que passou a ser uma sensação) e alguns acontecimentos passados ou presentes. Então ficamos em alerta, procurando identificar coisas que possam nos prejudicar. Ficar em estado de alerta 24hs por dia é cansativo… Nossa, quem se sente assim precisa se dar o direito a relaxar, de aliviar a tensão, e existem diferentes técnicas para isso.
Agora, vamos pensar ao contrário: como nosso pensamento atua nas nossas reações fisiológicas. Quando ficamos pensando em uma coisa muito difícil que temos que enfrentar, e que não vemos saída, iniciamos um processo de preparação. Ficamos prontos para reagir, seja para enfrentar ou para tentar fugir da situação. Nosso coração fica mais acelerado, podemos até suar nas mãos e na testa e sentir partes do nosso corpo maisfrias (o conhecido suor frio). Às vezes os músculos doem e parece que nosso corpo está todo tenso. Essa sensação constante pode causar muito mal estar… E ficamos novamente em estado de alerta!!!
E quando o que acontece é o contrário? Nada nos anima, não temos vontade de reagir, nem nos preparamos para enfrentar o mundo… afinal, ele pode ser muito sem graça para quem não consegue se sentir motivado, para quem está sempre esperando um resultado negativo, para quem acha que não consegue ser feliz… Mas vou deixar esse tema para outro dia. Quem sabe você me ajuda sugerindo alguns assuntos?
Hoje vou finalizar com uma frase de Beck e Kuyken (2003) que combina bem como que foi falado até agora e que nos dá uma idéia do ponto de vista dos terapeutas cognitivos comportamentais: “As crenças que temos sobre nós mesmos, sobre o mundo e sobre o futuro, determinam o modo como nos sentimos: o que e como as pessoas pensam afeta profundamente o seu bem-estar emocional”.

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